Etnia

 

 

Etnias

 

Porcentagem da população do Paraná, segundo a raça (IBGE, 1999).A população do Paraná é composta basicamente por brancos, negros e indígenas. No Brasil colonial, os colonizadores espanhóis foram os primeiros a iniciar o povoamento no território paranaense. Os portugueses e seus descendentes são a maioria da população do Estado. Existe também uma grande e diversificada população de descendentes de imigrantes, tais como italianos, alemães, poloneses, ucranianos, japoneses e árabes. Há também minorias de imigrantes neerlandeses, coreanos, chineses, búlgaros, russos, franceses, austríacos, chilenos, noruegueses, argentinos e muitos outros.

 Brancos

O Sul do Brasil foi a região brasileira que recebeu o maior número de imigrantes europeus, devido à maior semelhança com o clima de seus países de origem.

 

Dos europeus, entraram no Paraná, povos dos grupos atlanto-mediterrâneos, germânicos, eslavos e outros grupos menores.

 

Atlanto-mediterrâneos

Dos atlanto-mediterrâneos, conhecidos como povos latinos, sobressaem os portugueses, os espanhóis e os italianos.

 

Os portugueses e seus descendentes constituem a maioria da população, não só por ter sido o elemento colonizador, mas também por ser o único que não sofreu restrições numéricas de entrada no Brasil. Aos portugueses devemos a nossa língua, a religião, a cultura e as bases de nossa organização política e jurídica.

 

Os espanhóis entraram no Brasil notadamente na época do Brasil Colônia, especialmente no curto período no qual Portugal pertenceu à Espanha. Localizaram-se junto às grandes cidades como São Paulo e Rio de Janeiro. No estado do Paraná, além de se concentrarem na região de Curitiba e de Jacarezinho, descendentes de espanhóis (argentinos e paraguaios) são encontrados na fronteira com o Paraguai e a Argentina, principalmente na região de Foz do Iguaçu onde a familia Valle é uma das grandes representantes desta etnia.

 

Os italianos começaram a chegar em maior número ao Brasil a partir de 1875. Dirigiram-se principalmente ao estado de São Paulo, onde se dedicam à cultura cafeeira e às atividades industriais. Também são numerosos no Rio Grande do Sul, onde se dedicam ao cultivo e à fabricação do vinho.

 

No Paraná, imigrantes italianos se estabeleceram a princípio no litoral (Alexandra e Morretes), porém, por causa das condições adversas do lugar, seus núcleos não progrediram. A maior parte transferiu para os arredores de Curitiba, Colombo e Santa Felicidade, onde cultivam a uva e fabricam o vinho. Também são muito expressivos nas regiões norte e oeste, devido à migração interna. A influência italiana nos usos e costumes da população paranaense pode ser constatada através de sua comida típica e do artesanato em peças de vime, encontrados em Santa Felicidade.

 

 Germânicos

Dos povos de origem germânica destacam-se, no Estado do Paraná, os alemães e os holandeses.

 

 

Mapa mostrando a disperssão das colônias alemãs no Sul do Brasil em 1905.Os alemães formam um dos mais importantes grupos da imigração brasileira. Sua influência é muito notada no Sul do Brasil onde marcaram a paisagem com suas habitações típicas. Dirigiram-se, a partir de 1824, para Santa Catarina e o Rio Grande do Sul. Ao Paraná, os primeiros imigrantes chegaram em 1829, estabelecendo-se em Rio Negro. A partir de 1878, alemães do Volga (alemães-russos), estabeleceram-se nos Campos Gerais, próximos à Ponta Grossa e Lapa. Em 1951, alemães que se transferiram-se de Santa Catarina para o Paraná, fundaram a colônia Witmarsum, no município de Palmeira. Este núcleo centraliza várias aldeias numa cooperativa, onde seus habitantes industrializam o leite. Alemães "suábios do Danúbio" fundaram, no município de Guarapuava, a colônia Entre Rios, onde se dedicam à agricultura. No norte, os alemães se concentram em Cambé, em Rolândia, e a Oeste, em Marechal Cândido Rondon que realiza, todo ano, a mais famosa Oktoberfest do Paraná. Também são bastante numerosos em Curitiba.

 

 

Arquitetura holandesa em Carambeí (PR).Os holandeses (ou mais corretamente, "neerlandeses"), apesar de serem pouco numerosos, trouxeram grandes benefícios ao Paraná. Dirigiram-se, em 1911, para os Campos de Castro onde introduziram com êxito a pecuária leiteira e sua industrialização, dando origem à Cooperativa Agro-Pecuária Batavo. Seus principais núcleos estão em Carambeí, Castrolanda e Arapoti.

 

Ainda de origem germânica, estabeleceram-se, em proporções menores em terras paranaenses: austríacos, suíços, ingleses e estadunidenses.

 

 Eslavos

São povos originários da parte centro-oriental da Europa. A maioria dos eslavos vindos ao Brasil, localizou-se no Estado do Paraná, onde deixaram suas marcas principalmente na paisagem agrícola.

 

Dos povos eslavos radicados no Estado merecem destaque os poloneses e os ucranianos.

 

 

Casa do Colono Polonês (Bosque do Papa).Os poloneses formam o grupo mais numeroso de imigrantes do Paraná. Começaram a chegar em 1871, distribuindo-se pelos arredores de Curitiba (Pilarzinho, Abranches, Santa Cândida), Araucária (Tomás Coelho,Guajuvira, Colônia Cristina), São José dos Pinhais, Contenda e Campo Largo. Também se expandiram pelo centro-sul, formando colônias em Castro, Mallet, Cruz Machado, São Mateus do Sul, Irati, Palmeira, União da Vitória, Prudentópolis e vários outros locais. Em Londrina, existe a colônia de Warta, fundada por migrantes vindos de Santa Catarina.

 

 

Memorial Ucraniano, no Parque Tingüi, em Curitiba (PR).Os ucranianos distinguem-se dos poloneses pela língua, pelos costumes e pela sua origem histórica. Povo agrícola, vindo da Ucrânia, trouxe o estilo bizantino de suas igrejas, seus trajes bordados e suas danças típicas.

 

O início da imigração ucraniana no Brasil deu-se em 1891. Atualmente formam núcleos importantes em Mallet, Prudentópolis, Ponta Grossa, União da Vitória, Cruz Machado, Vera Guarani, Rio Azul, Ivaí, Apucarana, Campo Mourão e Curitiba.

 

Um dos sobrenomes mais populares de origem ucraniana é Kowalski,[4] uma empresa de alimentos localizada em Apucarana.[5]

 

 Branco asiático

O maior grupo de brancos asiáticos encontrados no Brasil pertence aos povos semitas da Ásia Menor, incluindo turcos, judeus, árabes, sírios e libaneses que, migraram principalmente para as grandes cidades, dedicando-se tradicionalmente ao comércio.

 

 Amarelos

Dos povos de origem amarela, existentes atualmente na formação da população brasileira, temos os asiáticos e os indígenas.

 

 

Praça do Japão, homenagem à imigração japonesa, em Curitiba (PR).Os japoneses são os asiáticos que mais vieram para o Brasil. O início de sua entrada no País data de 1908, acentuando-se a partir de 1920 e depois da Segunda Guerra Mundial. Dirigiram-se em sua maioria para São Paulo, Amazônia e norte do Paraná.

 

No Paraná, as primeiras colônias japonesas foram fundadas no litoral (Paranaguá, Antonina, Morretes, Cacatu) e no Planalto de Curitiba. Mas o grande reduto de japoneses é o norte, principalmente em Londrina, Assaí, Maringá e Cambará. Dedicaram-se à horticultura e à outras atividades agrícolas.

 

Os coreanos chegaram a partir de 1967 e foram instalados em Santa Maria, núcleo localizado no quilômetro 144 da Rodovia do Café, em plena região dos Campos Gerais.

 

A migração de chineses, em menor número, é mais recente, e estes concentraram-se mais nas cidades. A maior parte é originário da "China Nacionalista", ou Formosa.

 

 

Índio Xetá.A distribuição primitiva dos indígenas no Paraná limitava-se aos do grupo tupi-guarani no litoral, no oeste e noroeste; aos Jê (botocudo e caingangue) com distribuição geográfica mal definida, mas preferencialmente sobre a Floresta de Araucária. Em 1953, foram descobertos os Xetá, que haviam se isolado na Serra dos Dourados (noroeste do estado) vivendo no mais puro estado primitivo, dos quais nada mais resta na região. Aos indígenas, o paranaense deve o nome de seu estado e de muitas de suas cidades, o hábito de tomar chimarrão e a culinária, entre outros costumes. Ao longo de séculos, foi grande a miscigenação entre os descendentes de europeus e indígenas no estado do Paraná.

 

Os poucos indígenas atualmente não miscigenados são protegidos pela FUNAI, e vivem em postos como São Jerônimo da Serra, Guarapuava, Palmas, Mangueirinha, Apucarana, Laranjeiras do Sul e outros. São compostos pelas etnias Kaingang, Xetá, Guarani-Ñandeva e Guarani-M'byá.

 

 Mestiços

No estado do Paraná, os mestiços são numerosos, sendo que o mais característico é o caboclo do Litoral. Sua influência aparece nos costumes locais como o fandango (dança folclórica) e no barreado (comida regional).

 

 Africanos

O único grupo negro que migrou para o Paraná no período colonial foi o banto. No Sul do Brasil, devido à grande imigração de brancos europeus entre meados do século XIX e início do século XX, o negro, que constituiu a maior parte da mão-de-obra do Brasil colonial, aparece em menor porcentagem do que em outras regiões do país. No Paraná, concentraram-se primeiramente na Lapa, Ponta Grossa, Antonina, Paranaguá e Curitiba.

 

Atualmente novos grupos de imigrantes africanos têm se instalado no estado, especialmente na capital e litoral, com destaque para os imigrantes vindos de países lusófonos, como Angola e Moçambique.